quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Vivendo e aprendendo

São nos pequenos detalhes da vida que muito aprendemos. Entendi essa máxima com o passar dos anos, abrindo mão de algumas convicções e tornado-me atento. Desse modo em mim novas experiencias acrescento outras que já não tem mais valor as deixo ao relento.

Num desses momentos de aprendizado, estava sentada num banco de uma praça procurando por um determinado estágio. Até que um homem mal vestido, que fica perambulando pelas ruas hora guardando carros hora pedindo ajuda, perguntou-me se estava perdida, nesse momento confesso fiquei aflita, fruto do preconceito gerado pela insegurança da nossa pátria amada.

Disse que não, foi quando ele falou-me sobre sua vida que de muito sofrida aprendeu cedo o martírio da conquista do pão a cada dia. Contou-me também que isso era fruto do seu passado de matador. Matava por dinheiro coisa rara numa familia de quinze num quarto de dois por dois. Não dava valor a vida nem a sua nem a alheia. Perdeu as contas de quantas vezes da morte escapou e de quantos a ela entregou.

Vendo-me surpresa pela sua história um tanto de terror. Disse-me que dessa vida nada restou. Mostrou-me seu peito cravejado de buracos de uma doze que a queima a roupa o acetou. Fingiu-se de morto para fugir do seu algoz. E falou que se Deus permitiu viver mais uma vez, agora ia viver certo. Ainda teve que se internado, por pouco foi dessa vida alçado.

Ainda existe vestígios em seu corpo muito além da cicatriz. Falou-me que era para lembrar da misericórdia de Deus e para Ele iria viver uma vida de cerviz. E com sua voz estridente bradou: Menina, lembre-se essa vida é demais preciosa. Se Deus deu so ele pode retirar. Apesar das mazelas desse mundo, viva uma vida gloriosa.

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