segunda-feira, 21 de março de 2011

Perdão


Não há nada mais certo do que o ditado: Quando não quer, qualquer desculpa serve.

O perdão é uma arte e requer pratica para conseguir executá-lo sem deixar marcas do que tenha acontecido para se chegar a ele.

Ao escutar algo como "demorou demais pra me pedir perdão", acredito que este nunca o quis perdoar de fato.

Se não houve efeito agora, não haveria de ter antes e muito menos depois, pois atos de perdão ultrapassam os limites do tempo.

Quando se quer perdoar, já se faz antes mesmo que o réu venha a fazê-lo.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Cartas entre amigos

Andei pesquisando sobre o livro do Pe Fabio de Melo, Cartas entre amigos, consegui duas cartas nas quais me fez desejar a aquisição do livro. As cartas são extraordinárias, mistura as dores, incertezas, perguntas e repostas com poemas de pessoas consagradas. Aproxima-nos da literatura como também em nos consolar nas respostas do padre ao seu amigo que como nós vive grandes dilemas.

Na primeira carta Gabriel fala sobre a saudade e a dor da perda. Às vezes precipitada, como a morte dos seus irmãos e pai, às vezes compreendida, como a morte do seu avô, mas nunca esperada. Para  isso ele usa textos como os de Cora Coralina:

Não morre aquele
que deixou na terra
a melodia de seu cântico
na música de seus versos.


O padre responde com uma sabedoria incrível, as respostas não extingue a dor, porém ameniza:

Há acontecimentos que nos fazem mergulhar no absurdo da existência. O absurdo é a ausência de sentido. É o momento da vida em que a alma se sente penetrada e transpassada por uma dor lancinante. É no momento do desespero que experimentamos a nossa humanidade em suas dimensões mais venturosas.


Já entrou pra minha lista de compras.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Nada é definitivo

Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.

Estive pensando nesse provérbio e apesar de concorda com ele, não creio que na nossa vida tudo seja tão definitivo.

Fato é que uma vez dita a palavra ela causará conseqüências boas ou más, porém posso me arrepender de tê-la dito para isso existe o perdão, posso não obter o perdão mas posso aprender a não pronunciá-la mais ou continuar a pronunciando dependendo dos seus frutos e isso já é um aprendizado.

Da mesma maneira para a flecha lançada, posso não conseguir concertar os estragos por ela feito, com isso saberei e poderei até ensinar a outros o quão perigosa ela possa ser. Também terei aprendido.

E para a oportunidade perdida sempre existirão outras, talvez não iguais, talvez melhores, talvez piores no meu ponto de vista e cabe a mim a adaptação.

E pra mim essa é chave da nossa vida, adaptação diferente de comodismo, pois para a segunda é um estado de incômodo constante sem nada fazer para extingui-lo. Adaptação é saber que apesar de trilhar caminhos, muitas vezes é necessário criar atalhos, passar por desvios, voltar algumas vezes ou fazer um pouco ou muito esforço para continuar nele ou simplesmente abandoná-lo, pois não eram nossos caminhos.

Somos sonhadores por natureza, mas precisamos saber que nem tudo sairá conforme o planejado.

Que aquele emprego dos sonhos no qual não passamos na entrevista por não estarmos preparados, voltará a precisar de alguém naquele cargo e essa foi a oportunidade de nos prepararmos mais e mesmo que nunca mais nos chame, outro empregos tão bons quantos sempre existirão.

Aquele amor que tanto sonhamos e que um dia conseguimos. Até somos amados e amamos mais do que sonhamos, pode vir a acabar. Por erros nossos ou não, por não estarmos preparados ou não. Quem sabe? Essa é uma boa oportunidade pra aprender como não falhar novamente no mesmo que talvez não tenha acabado como parecia ou para os próximos que surgirão.

Nossas vidas são feitas de ciclos. Amizades que acabaram, mudança de emprego, outra moradia, novos amores, viagens, realizações, decepções, ganhar e perder. Nisso consiste nosso amadurecimento. Não podemos galgar nossas vidas no que perdemos ou deixamos de ganhar. Talvez não era a hora certa, talvez não era o certo. O importante é continuar sonhando, projetando, criando objetivo.

Enquanto sonhamos estaremos vivos e na nossa vida sempre estaremos adaptando-os para que no fim alçássemos o objetivo, seja lá qual for. Ainda não sei o meu e talvez ainda seja muito nova pra ter criado um, só sei que pra tudo que não alcancei já risquei da minha lista, não era meu e assim estou me adaptando.