terça-feira, 28 de setembro de 2010

O desfile

Sábado houve o desfile cívico do bairro. Que saudade me deu. Vê aqueles pimpolhos todos prosa ascenando para a multidão que fica assistinho nas calçadas, janelas, lojas etc. Maior orgulho de estar representando o colegio. Mostrando sua fantasia e marchando como fora ensaiado.

Lembro que eu ficava ansiosa por esse dia. Quando eramos separados por "ala" e depois das aulas ensaiavamos como fariamos na avenida, na minha época existia até carro alegórico, apesar que sábado teve um colégio que desfilou assim, não tão exuberante quanto do meu antigo.

Como eu ficava alegre ao pegar minha fantasia, olhando as fotos agora vejo que so desfilava de verde. Os ensaios para as acrobacias, nada demais, abrir escala, estrelinha, ponte, o ápice era um salto mortal para frente.

Meu colégio era o ultimo e sempre existia a rivalidade com outros dois grandes do bairro. Vale ressaltar que o meu sempre ganhava. Todos ficavam na expectativa pela passagem dele e principalmente pela banda marcial. Ah! Essa eu sonhava em participar, a farda era linda e quem fazia parte dela se tornava popular. Mas sempre era muito nova para tal.

A gente chegava cedo, logo após o almoço e o desfile do mesmo so saia a noite, era o que fechava. Me arrumava e maquiava lá. Verificavamos os passos. Ficava em êxtase ve o colégio cheio sem ser dia de aula. Só não era melhor que o dia do lazer, esse conto em outro momento. Ficava de sala em sala para encontrar conhecidos e vê suas fantasias e quando eramos arrumados na rua em frente ao colégio e a banda afinava os intrumentos para a partida, meu coração so faltava sair pela boca.

O fim sempre do mesmo jeito. Quando o colégio passava marchando, os expectadores que estavam a tarde toda assistindo ao outros nos seguiam e a associação virava a apoteose. Com o anúncio da chegada do último colégio e com a certeza da vitoria ja esperada. As entregas dos troféus.

Voltava pra casa nos braços do meu pai e nem lembrava como trocava de roupa e acordava na minha cama no outro dia.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Minha estrela

Hoje lembrei de você. De quando chegou no grupinho do bloco 1, logo fez amizade, com as meninas e os meninos, onde naquele tempo ainda existia a doce rivalidade, meninos não brincam com meninas e vice-versa. Bom de bola, de conversa, bom amigo. Conquistou a todos.

Lembrei de um dia quando deitados na porta da sua garagem contavamos as estrelas. Numa dessas noites fomos cobertos por uma chuva de cadentes e nesse momento uma delas você me deu.

Crecemos e com os compromissos da vida naturalmente nos afastamos mas toda vez que sentia sua falta olhava para o céu e via a minha estrela. Mas um dia ela se apagou, escolheu trilhar por caminhos escuros. Por motivos que não sei e nem entendo.

Mas na noite passada ela voltou a brilhar. Não sabia o porque, imaginava que nunca mais essa estrela teria luz propria. Hoje soube que tinha sido você. Ela não tinha parado de iluminar, so estava encoberta pela escuridão e você foi lá retira-la desse buraco em que caiu, porém sozinha ela ja não tinha mais forças, você escolheu permanecer com ela.

Agora quando a vejo no céu a brilhar, volto a lembrar de você. Do tempo da ternura e da doçura de quando te conheci, que há muito você tinha abadonado. Apesar do fim trágico, escolhi este para lembrar para sempre.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Primavera

Hoje começou a primavera, minha estação preferida. O dia começou com uma pequena chuva, pensei que seria assim o dia todo. Talvez uma maneira de dizer a todos que ela chegou. Lembrar que o inverno passou. Não que eu não goste dos dias chuvosos, mas prefiro o suor escorrendo no rosto do que os pes encharcados e com frio. Mas o dia permanece lindo, a chuvinha foi embora e ainda fui agraciada com um rapaz tocando violino divinamente no onibus. Um belo começo de primavera.

Pra finalizar deixo um poema de Elisa Lucinda. Não tem muito a ver com a primavera, mas hoje lembrei dele.

Olha que coisa mais linda!

Cheguei aos dias de setembro. Lindos! Cada um a seu modo dentro do verde da palavra setembro. O de hoje é cinza, nem chegara a meia idade do meio dia e já é mal falado, coitado!

“Que dia esquisito, dia feio!” disse-me a amarga senhora da padaria.

“Nossa, mas que dia horrível é este, mãe de deus?” Indagava aos céus Dona Dirce da drogaria.

“Que dia horroroso, o tempo está péssimo”, navalhou com dois definitivos adjetivos o Souza da lavanderia.

Eu não disse nada mas me deu pena do dia e seu tempo doador de suas aparentes características. Tão novinho e já maltratado assim por todos! Um menino ainda, impossível que tão cedo seja merecedor destes deselogios, destas palavras calafrios, desta sequência estilete de tamanha humilhação.

Qual o problema deste dia? Se for chuvoso não sou de açúcar e não me derreteria. É um dia nítido embora longe das espécies de claridades de um dia azul. Como vou explicar? Ora, é um dia assim, próprio, com sua funções no roteiro de cenas do enredo celeste. É este seu estado, não há como ser outro.

Ó pobre incompreendido dia nublado, com sua prateada luz recebendo a indiferença de muitos. Ele é o judeu, o índio, o coreano, o negão, o viado que desfila na passarela da discriminação dos olhos humanos sobre a natureza! É o patinho feio, e visto como vilão que ainda perde para um dia ensolarado, louro, alto, galã, príncipe e coisa e tal.

É certo que um dia mais frio, ventoso forte e chuvoso induz-nos ao recolhimento. Que posso fazer se também é bom olhar pra dentro, escolher musica, replantar, mudar o disco, a cor, os lençóis e os papéis da casa? Podemos reparar na graça externa dos dias assim.

São românticos também: preto e branco, papel carta, televisão antiga, fotografia, filme noir, fog, névoa, bruma, sépia, magia, ilusão. Escrevo num dia prateado de setembro verde musgo assim. Com suas variações sofisticadas de cinzas em chumbo, grafite e infinitos prateares. Neste dia-nave  navego. Venho do passado, pouso nele presente e para o futuro vou indo .É para ele ouvir que grito bem alto e rindo: mas que mais dia lindo!


Hoje também é o dia do sorvete. Brindemos com essa maravilha a chegada da estação mas linda.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Vivendo e aprendendo

São nos pequenos detalhes da vida que muito aprendemos. Entendi essa máxima com o passar dos anos, abrindo mão de algumas convicções e tornado-me atento. Desse modo em mim novas experiencias acrescento outras que já não tem mais valor as deixo ao relento.

Num desses momentos de aprendizado, estava sentada num banco de uma praça procurando por um determinado estágio. Até que um homem mal vestido, que fica perambulando pelas ruas hora guardando carros hora pedindo ajuda, perguntou-me se estava perdida, nesse momento confesso fiquei aflita, fruto do preconceito gerado pela insegurança da nossa pátria amada.

Disse que não, foi quando ele falou-me sobre sua vida que de muito sofrida aprendeu cedo o martírio da conquista do pão a cada dia. Contou-me também que isso era fruto do seu passado de matador. Matava por dinheiro coisa rara numa familia de quinze num quarto de dois por dois. Não dava valor a vida nem a sua nem a alheia. Perdeu as contas de quantas vezes da morte escapou e de quantos a ela entregou.

Vendo-me surpresa pela sua história um tanto de terror. Disse-me que dessa vida nada restou. Mostrou-me seu peito cravejado de buracos de uma doze que a queima a roupa o acetou. Fingiu-se de morto para fugir do seu algoz. E falou que se Deus permitiu viver mais uma vez, agora ia viver certo. Ainda teve que se internado, por pouco foi dessa vida alçado.

Ainda existe vestígios em seu corpo muito além da cicatriz. Falou-me que era para lembrar da misericórdia de Deus e para Ele iria viver uma vida de cerviz. E com sua voz estridente bradou: Menina, lembre-se essa vida é demais preciosa. Se Deus deu so ele pode retirar. Apesar das mazelas desse mundo, viva uma vida gloriosa.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Pobre poema

Falo coisas sem pensar
Digo besteira, asneira, bobagem
É porque perto de você me falta o ar
Invejo das que em teus olhos possuem imagem

As palavras me fogem ao vento
Fracasso ao tentar te impressionar
Sei meu amor que esse é meu alento
Amar-te sem medidas e te esperar

Em vão com os olhos tento te dizer
Mas você permanece impassivel
A todo esse amor que me faz sofrer
Esquecer-te é quase impossivel

Paro por aqui esses versos
de tão pobres as rimas chega a ser infantil
mas não é de todo pueril o meu sentimento
Hoje digo: Cansei de sofrer por amor
Agora quero senti-lo por inteiro
E sem rimas!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Os bonzinhos não vão pro céu...

...talvez porque eles cansam. Será que ninguem se lembra de Francine no BBB chorando no sofá, aramgurada porque a tal amiga (não lembro o nome, saber todos os fatos do bbb é demais também) que numa prova anterior tinha rasgado a seda por ela e quando ganhou um passeio chamou outra pessoa. Lembro até dela dizer que para ser legal, divertida serve, mas na hora de ser amiga não.

Essa coisa de ser legal com todo mundo, nunca brigar, nunca tomar partido, termina que ninguem fica do seu lado também. Agradar a gregos e troianos é agradar a ninguem. Naquele ditado: Nem cheira, nem fede. Você nunca será lembrado.

O povo gosta mesmo é de polêmica. Aqueles que eram os mais populares na escola ou era porque pegava todas as garotas ou porque era os valentões e viviam em brigas. Diga-me o nome de um CDF. Dificil.

Há os piores, aqueles que dizem: "Não gosto de fulano". Assim, sem motivo e ainda esquematizam isolar o tal. Certamente esses nunca perdem uma festa, sempre tem um que faz questão de o chamar.

Quanto desperdicio de tempo e sentimento. As vezes encontramos nessas pessoas amizades que durarão a vida toda. Mas como saber se perdemos tanto tempo em nos manter em pé. Como suprir as necessidades dos outros se temos tantas.

Não é raro ao questionar porque alguem nunca sai e escutar que é porque nunca foi convidado. São tantas as barreiras imposta por nós.

Por isso há tantos se desviando dos bons caminhos por causa de amizades. É impressionante como esses tipos não esquecem de convidar para as melhores baladas, para as piores tambem, muito menos do aniversário. Como muitos necessitam disso e é tão pouco. O mundo é um lugar tão frio e distante. Cadê aquele espirito de criança, onde não importava nada e era tão facil fazer amizades?

Certa vez escutei de um amigo: "Aqui todos vivem de fachadas, eles não se importam comigo e nem com ninguem, só me chamam porque tenho carro e você porque eu te chamo." Achei absurdo, mas naquele tempo não conhecia o "povo", então deixei pra la. E esse lugar deveria ser o oposto.

Hoje conheço o lugar e o "povo". Tudo continua igual, mesmo sendo outro "povo". Então tá. Cansei de ser bonzinho. Hoje farei minhas próprias regras e quem não jogar conforme elas estará fora. Quem manda agora sou eu.